O Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) está com uma campanha de alerta para a sociedade sobre um grave problema de efeitos globais: o desaparecimento das abelhas.
O lançamento da campanha de alerta para a preservação das abelhas aconteceu na quinta-feira (12) no Campus Leste da Ufersa Mossoró.
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Lionel Gonçalves |
Na oportunidade também foi lançado um manifesto em defesa das abelhas. O manifesto pode ser assinado Aqui.
Para o professor Lionel Gonçalves, coordenador do Centro Tecnológico de Apicultura e idealizador da campanha, o desaparecimento das abelhas não é fato isolado do RN, ele vem acontecendo em todo o planeta.
Segundo Lionel Gonçalves, as abelhas são responsáveis por 70% da polinização, consequentemente, pela produção de alimentos e das áreas verdes que garantem o oxigênio no planeta. “O mundo sem abelhas é um mundo sem alimentos”, definiu e alertou.
Para ser ter uma ideia da gravidade do problema, em apenas cinco anos, nos Estados Unidos, a redução de colmeias caiu de 5 para 2,5 milhões. No Brasil, o estado de Santa Catarina e a cidade de Mossoró, com a produção de maçã e melão, respectivamente, já sofrem com as consequências do desaparecimento das abelhas. O uso excessivo de agrotóxicos, principalmente a base de neonicotinoídes, é a principal causa para o desaparecimento das abelhas.
Lionel Gonçalves explica que os neonicotinóides são altamente tóxicos para os insetos, acarretando problema de memória e navegação nas abelhas. “As substâncias são absorvidas pelo sistema vascular das plantas e eliminadas através do pólen, néctar e gotas de água que as abelhas coletam”, observa o professor, acrescentando que o maior agravante é que os neonicotinóides permanecem no solo por mais de 5 anos.
A ideia da campanha, que não tem qualquer vínculo com o interesse econômico, é alertar a sociedade para a preservação das abelhas. As peças estão disponibilizadas nas versões em português e inglês (Beeor not tobe?).
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Cartaz da campanha da Ufersa que repercute internacionalmente |
No Nordeste, a situação ainda é mais grave em decorrência do clima. “Devido a seca, anualmente registramos uma perda de 50% das colônias”.
Lionel Gonçalves aponta como saída o controle biológico, em substituição ao uso dos agrotóxicos. Na primeira semana de outubro, o professor Lionel Gonçalves, mais duas doutorandas da Ufersa, vão apresentar a campanha em Kiev, capital da Ucrânia.
A questão é: por que os agrotóxicos com esse componente citado, o Neonicotinóide, ainda não foram banidos do mercado.
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