Em plena luz do dia, os estudantes são vítimas de assaltos e furtos quando se deslocam para as escolas. Os assaltos acontecem em todas as partes do município e nas mais variadas circunstâncias – ida para a Escola, ou vinda da Escola, nos turnos matutino, vespertino e noturno.
Até insignificantes no ponto de vista financeiro, os assaltos e furtos servem para bancar tipos baratos de drogas e, pior ainda, para desmotivar e afugentar adolescentes e jovens da Escola.
Os ladrões não escolhem localização geográfica para realizar os assaltos, tanto faz em escola situada na região central ou como na periferia urbana e rural. Vários pais cuidadosos estão evitando que os filhos sigam sozinhos para a escola por causa da crescente onda de assaltos e do clima de absoluta falta de segurança pública.
Pátio da Escola Doutor Severiano |
Os dirigentes escolares contam que recursos destinados pelo governo para realização de pequenas obras nas escolas são usados para reposição de produtos roubados. “Ao invés de investir em obras, uso o recurso para comprar o que os ladrões levaram”, disse uma dirigente escolar da rede estadual de ensino.
A mãe de uma adolescente, que não aceitou ser identificada, disse que a filha dela foi assaltada duas vezes neste ano letivo quando se dirigia à escola. “Minha filha perdeu dois celulares, dinheiro e até um par de meias levaram dela”, disse.
Por esse motivo, a estudante tem medo de ir ao colégio sozinha e às vezes perde as aulas quando os pais não têm tempo para levá-la.
Neste mês, uma comissão da Secretaria Estadual de Educação realizou visita de rotina as unidades de ensino pertencentes ao sistema estadual de ensino e constatou também a cruel realidade. “Dentro da realidade, as escolas de Macaíba estão funcionando bem, mas o problema reside no meio do caminho, nas mediações das unidades de ensino: são os constantes assaltos”, disse Danilo Bezerra, da Assessoria de Comunicação Social da SEEC, que acompanhou a equipe durante a visita.
Na Escola Estadual Alfredo Mesquita Filho, onde são matriculados 746 alunos do ensino médio, é de conhecimento de todos que pessoas alheias ficam diariamente nos arredores do colégio com drogas.
Os gestores da “Alfredo Mesquita” reclamam que o transporte escolar não chega ao portão da escola. Sem o ônibus perto da escola, os estudantes caminham mais e correm risco de assaltos ou abordagem de criminosos.
Na Escola Estadual Mariluza Florentino, onde são matriculados 241 alunos do ensino fundamental, a violência faz parte do cotidiano do bairro. A escola já foi arrombada e os ladrões levaram todo sistema de informática. Devido ao roubo, recursos que deveriam ser aplicados em obras na escola, foram investidos na reposição do material de informática e som.
Já na Escola Estadual Doutor Severiano, avaliada como padrão de ensino em Macaíba, a realidade não é tão diferente. No “Comercial”, como também é conhecida a escola, são matriculados 1.136 alunos no ensino médio. A escola tem a modalidade de ensino moderno, em que o MEC aposta na sua eficiência e qualidade, que é o “ensino médio noturno diferenciado”.
Embora tenha uma prática de gestão que possas ser classificada como competente, a Escola Doutor Severiano sobrevive às margens da violência urbana. Por ser central, perto de uma região vulnerável, o relato da clientela é o de sempre. “Saio de minha casa somente com livros e cadernos, não trago celular, bolsas ou outros objetos”, disse a estudante J.M.S, 18 anos, temendo ser vítima de assalto.
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